Leituras obrigatórias são complicadas para a criança e o adolescente. Dizer que "devem" ler tal obra é difícil, na medida em que a leitura é um entretenimento como o cinema ou a música. O grande problema é que o livro vem perdendo força com o tempo, pois é o meio mais lento de se agregar cultura - apesar de, na minha ótica, ser o mais eficiente enquanto formador do indivíduo.
Uma coisa me alegrou hoje pela amnhã. Lendo a Zero Hora, no caderno Vestibular, saiu uma listagem de livros feita por especialistas (disponível aqui), em que as obras ali colocadas entram de acordo com várias que vou trabalhar esse ano ou já trabalhei. Felizmente, ao menos em relação a isso, meu trabalho não está tão distante do que parece o mais apto para a gurizada dos 14 aos 18, maioria de meus alunos. Obras como Auto da barca do inferno, O caçador de pipas e Boca do inferno estão presentes tanto na minha quanto na lista desses pensadores.
Naturalmente, há algumas coisas que me intrigam. Há um livro que fora lançado na França em 2006, cujo título me foge no momento. Quando as editoras que contatam escolas oferecem livros para que trabalhemos, inventam sempre de mandar os clássicos - Dom Casmurro, Iracema, O cortiço etc. Esquecem que os educandos não tem muita paciência para esse tipo de leitura - e muitos educadores também não! -, fazendo com que a real arte produzida no Brasil não passe de um lixo de vendas superficiais. Muitas edições, inclusives, são péssimas. Por que será que nunca enviaram um livro como o francês mencionado? Ou um outro que por tema ou estética se aproxime do que a gurizada lê?
Faz-se necessária a tentativa de buscar o novo. Viver obrigando a leitura de clássicos não fará a sobrevivência do livro. Eu ainda quero que meus alunos aprendam muito pela Literatura, mas precisarei colaborar para que isso ocorra. Nesse ano, já há mais livros próximos de suas realidade. Espero que no ano que vem aumente.
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