2 de julho de 2010

Justiça seja feita

Acabo de acompanhar a eliminação do Brasil. A Copa do Mundo é realmente uma coisa fantástica, principalmente quando ela quebra nossos bolões. Talvez isso não seja o mais importante, mas vale pensar que tudo que lá ocorre não é fruto de mero acaso.
Eu apoiei Dunga em todas as decisões. Finalmente, desde 1994, eu não via uma seleção tão "time" quanto essa. Afinal, eram peças colocadas para fechar um esquema tático, uma espécie de unidade, em que as individualidades seriam suprimidas em nome de algo maior. Se lembrarmos 2006, a seleção fora feita toda sobre a arrogância e prepotência das individualidades, visto que isso não deu certo. Com essa mentalidade, Dunga venceu a Copa América, foi o primeiro colocado nas Eliminatórias e venceu a Copa das Confederações. Acho até muito pra alguém que não tinha experiência alguma no comando técnico.
Assim, a justiça foi feita, por todos os lados. Dunga manteve sua ideia, manteve convicções que muitos do povo e a mídia duvidavam, levou a seleção adiante. Os jogadores, nervosos pós-primeiro gol, não souberam voltar ao que o capitão do tetra se comprometeu. O Brasil perdeu por limitações técnicas também, mas muito mais pela falta de preparo psicológico - basta observar as atuações de Felipe Melo nas partidas em que atuou. Até Juan e Julio César tiveram seus maus dias hoje. Kaká e Luis Fabiano foram peças omissas também pela marcação holandesa, mas poderiam ter sido mais. A Holanda mostrou-se um selecionado de comportamento alterável, pois começou mal o jogo e soube reverter. Se o jogo tivesse apenas um tempo, os brasileiros estariam na semi-final.
Todos sairam com suas convicções: a imprensa, de que a seleção deveria ter convocado as promessas santistas e de que Felipe Melo não serve ao selecionado; o povo, de que o Brasil deveria ir mais pra frente, em busca da vitória, de que Dunga deveria entupir de atacantes o espaço que antes era razoável na zaga holandesa; por fim, Dunga, que só não saiu vitorioso pelo fato de que seus jogadores muito se abalaram após o primeiro gol. O próprio Julio César saiu de campo admitindo os problemas dos atletas.
E, dentre todas essas convicções, firmo-me: Dunga estava certo. A justiça fora feita.

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