Duas educandas me desafiaram esse ano: querem tirar nota 10 no ano, seja em Português ou em Literatura. Mostrar-se atentas, dispostas e realizando as atividades com júbilo são objetivos estabelecidos. Como num lance de comodismo, o desejo pode não passar de pueril vontade. Agora, se realmente tocarem isso adiante, posso ter surpresa em minhas disciplinas.
No meu histórico como professor, ainda falta essa realização. Não houve um elemento sequer que teve média anual máxima comigo. Se não me engano, em umas três ou quatro oportunidades, houve quem tirasse 10 no trimestre. Tudo em Literatura. Falta esse feito em Português. Lembro-me que a primeira foi a Mariana Ayala, que hoje volta e meia vejo na UFRGS, cursando Pedagogia; o Igor, da mesma turma, poderia ter sido um desses, caso tivesse me entregado o trabalho final de Literatura. Das que me desafiaram, uma já conseguiu num trimestre: Caroline. A outra, Desirée, precisa me mostrar a que veio, enfim. Espero que isso as torne ainda melhores alunas.
A única coisa que me pergunta nisso tudo é porque nenhum dos guris tenta isso. Só as moças. Talvez tenha algo relacionado com a questão da maturidade e da ciração de objetivos, como estudamos em Psicologia da Educação, da realização do adolescente por objetivos de curto prazo, não os de longo. Tomara que, após saírem da escola, esses elementos identifiquem que buscarem boas notas não é um simples aumento de ego, mas a instauração do conhecimento como modificador pessoal.
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