13 de fevereiro de 2011

Crônicas Cariocas: A cidade turística

Sempre reconhecemos pela mídia o Rio de Janeiro como a cidade maravilhosa. Lembro-me que há anos penso nisso como um exagero, já que sempre se transportou uma imagem com um determinado fim. Nos últimos tempos, acompanhamos a situação das favelas cariocas e as diversas ações do BOPE, inclusive representadas em filme - ficcional - sobre a realidade da polícia, do tráfico e dos morros. Agora, no entanto, fora comprovada a tão bem vista questão do turismo.
Cidade muito bem "explicada": várias placas indicativas, pessoas bem informadas, um número gigante de estrangeiros em busca de informações sobre a cidade. Para isso, é necessário ter informação. Mais: falar inglês. Muita gente fala essa língua por aquelas bandas. Quando estivemos na bilheteria para pegar o trem ao Cristo, os atendentes respondiam com a maior naturalidade as perguntas de holandeses, chineses, franceses e o que mais havia. Cidade preparadíssima, nesse quisito, para receber a Copa do Mundo.
Além disso, as paisagens naturais são fantásticas: Cristo, Pão de Açúcar, trilha da Urca, praias de Ipanema, Copacabana, Leme foram alguns dos lugares visitados. Todos muito bem cuidados e com a criminalidade em baixa. Não sei se é efeito das polícias pacificadoras ou se é o distanciamento dessas regiões que traz essa facilidade - afinal, tudo isso fica na direção da zona sul. O centro da cidade também é razoavelmente bem conservado, muito mais do que São Paulo, por exemplo. Os prédios históricos não são pichados ou sujos, mas conservados. Cada local contém policiais, mas não muito diferente do que vemos em Porto Alegre, creio até que em mesma quantidade, proporcionalmente.
O lado negro dessa história não foi visto com intensidade, mas a passagem do aeroporto do Galeão até a praia de Copacabana passa pela linha amarela, totalmente vedada por paredes de vidro, por dois motivos: mau cheiro e tiroteios. Já que ainda não fora possível resolver o problema da criminalidade nos morros por completo, o jeito foi isolá-los de certas zonas. Complicado isso, tendo em vista que as pessoas de bem acabam banidas. Em todo o caso, a criminalidade na zona baixa.
Ao ficar nessa situação oposta entre crime e turismo, esses dias de viagem mostraram que a cidade do Rio de Janeiro está muito bem. Não vivo no Rio, não sei como é o cotidiano, mas para quem a visita ainda pode ser vista como cidade maravilhosa, pois há o que se desfrutar naquele ambiente sem se preocupar necessariamente com um assalto ou uma bala perdida que possa ocorrer.

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